Survival Systems

Survival Systems – Urban Action Catalog 2003/2004

10 drawings, 69″x42″, 175×107 cm (each), watercolor and graphite (text) on Arches paper.
View of the piece installed at Bienal de Pontevedra “No principio era a viaxe”, curated by Miguel Von Hafe Perez and David G. Torres, Spain.

Survival Systems – Urban Action Catalog 2003/2004 is a series of large-scale drawings – a fictional catalog of conceptual products for outdoor activities. This work addresses the idea that our interaction with nature is mediated by objects that exploit our need for safety and comfort.

Survival Systems Urban Action Catalog 2003/2004

10 desenhos 175×107 cm (cada), aguarela e grafite (texto) sobre papel Arches.

Vista da peça instalada na Bienal de Pontevedra “No principio era a viaxe”, comissariada por Miguel Von Hafe Perez e David G. Torres, Espanha, 2004.

Survival Systems Urban Action Catalog 2003 é uma série de desenhos de grande formato que representa um catálogo fictício de produtos para usar ao ar livre. Este trabalho propõe a ideia de que a nossa ligação com a natureza é mediada por objectos que tiram partido da nossa necessidade de segurança e conforto.

Survival Systems – Urban Action Catalog, 2003–04, um catálogo de equipamento para o corpo usar, apresenta-se como páginas de um livro ampliado. A relação de escala entre o observador e cada folha de papel subverte a relação de escala corpo/livro, o livro é um objecto único, feito à mão, contrariando a função de catálogo publicado em grandes tiragens para distribuição gratuita.

Este trabalho foi realizado no contexto pós ataques terroristas do 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque. O corpo de trabalho cresceu num atelier com vista para o Ground Zero, numa Residência Artística de seis meses promovida pelo Lower Manhattan Cultural Council. O trabalho em redor da ideia de Kits para actividades ao ar livre, como o campismo ou os desportos radicais foi fonte de inspiração para os projectos anteriores com a recolha de catálogos e publicidade, focados no consumo e na venda de conforto. Mas no contexto traumático que se vivia naquela altura, o mote deixou de ser o conforto e passou a ser o medo. Novos catálogos, lojas em Lower Manhattan, websites vendiam equipamento para protecção antiterrorismo. O consumo de máscaras e fatos de protecção para ataques bioquímicos, kits com para-quedas para quem trabalha num arranha céus, comida liofilizada, tendas e abrigos de emergência, providenciavam a sensação de segurança numa sociedade invadida e manipulada pelo medo.

Os desenhos são feitos a aguarela e o texto, inspirado e adaptado a partir de catálogos existentes, são desenhados com processo de transferência e preenchimento a grafite.